Instrumentos

Instrumentos da capoeira.

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Berimbau 

O berimbau é que cria o clima e dita o jogo que vai acontecer na roda. Dizem os velhos mestres: “O berimbau ensina !”

Os berimbaus criam uma corrente e uma vibração que, junto com as palmas, os cantos, o pandeiro e o atabaque, influenciam os jogadores.

Existem três tipos de berimbau:

Gunga: de som mais grosso, faz o papel de contrabaixo: marca o ritmo e faz a marcação do toque, tem uma cabaça maior e raramente executa uma virada durante a melodia;

Médio: ou de centro, ou simplesmente “berimbau”, dobra em cima do ritmo básico do Gunga: é como se fosse o violão, ou guitarra de ritmo; Tem um som regulado entre o grave do Gunga e o agudo do Violinha, tem uma afinação mediana que permite ao tocador executar a melodia fazendo o solo da música. É permitido ao tocador de um médio a execução de algumas viradas e alguns toques de repique. Porém, com moderação, para não abafar o Violinha e nem destoar do Gunga, pois o médio é que faz o apoio ao som do Gunga e a base do som do Violinha é ele que determina o toque que será feito para o jogo.

Viola: ou violinha, é o berimbau de som mais agudo; faz os “contra toques” e improvisos: equivaleria ao violão ou guitarra-solo; Tem uma cabaça pequena e bem raspada por dentro para ficar bem fina, tem um som agudo e faz apenas o papel de executar as viradas e floreios dentro da melodia. Seu som é baseado ao som médio e do Gunga ao mesmo tempo, é o Violinha que “enfeita” a música da roda.

O berimbau é feito com um arco de madeira (chamada biriba), e com um fio de arame (Aço) preso nas duas extremidades desse arco. Uma cabaça com uma abertura em um dos lados é presa à parte inferior externa do arco, aproximadamente de 20 a 25 centímetros da ponta do instrumento, com um pedaço de barbante (Rami). É  também amarrada em torno do fio de arame, e quando pressionada ela altera o som do mesmo. Os tons do berimbau são modificados pela aproximação e afastamento da cabaça em relação ao corpo do músico, assim abrindo ou fechando o buraco.

Um bom capoeira é “obrigado” a saber tocar os três tipos de berimbau e executar suas viradas quando possível. É o tocador do berimbau Gunga que inicia o toque e dá a senha para a saída do jogo. Numa roda de capoeira quando o jogo é de Angola, usa-se o trio completo de berimbaus, juntamente com o atabaque e dois pandeiros agogô e reco-reco.

Os outros 3 componentes: o dobrão, que é segurada contra o arame, uma pequena vareta para tocar o fio (baqueta), e o caxixi. Também é conhecido por vários outros nomes como urucungo, orucungo, oricungo, uricungo, rucungo, berimbau de barriga, gobo, marimbau, bucumbumba, gunga, macungo, matungo e rucumbo. Em Cuba é chamado de sambi, pandigurao, gorokikamo e burumbumba.

 

 

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Pandeiro

Instrumento de percussão, de origem indiana que requer considerável técnica para ser tocado.
Pandeiros podem ter peles de couro ou de plástico. Eles existem em diferentes tamanhos, com os de 10 e 12 polegadas sendo os mais comuns. As peles de couro produzem uma qualidade de som melhor. O pandeiro é segurado por uma das mãos, enquanto a ponta dos dedos, o polegar e a base da outra mão são usados para tocar a pele do lado de cima. Os tons abertos e fechados podem ser obtidos através do uso do polegar ou do dedo médio da mão que segura o instrumento. O polegar pode abafar a pele do lado de cima, o dedo médio pode abafar no centro.

Foi introduzido no Brasil pelos portugueses, que o usavam para acompanhar as procissões religiosas que faziam. É o som cadenciado do pandeiro que acompanha o som do caxixi do berimbau, dando “molejo” ao som da roda. Ao tocador de pandeiro é permitido executar floreios e viradas para enfeitar a música.

 

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Atabaque

Instrumento de origem árabe, que foi introduzido na África por mercadores que entravam no continente através dos países do norte, como o Egito. É geralmente feito de madeira de lei como o jacarandá, cedro ou mogno cortada em ripas largas e presas umas às outras com arcos de ferro de diferentes diâmetros que, de baixo para cima dão ao instrumento uma forma cônico-cilíndrica, na parte superior, a mais larga, são colocadas “travas” que prendem um pedaço de couro de boi bem curtido e muito bem esticado. É o atabaque que marca o ritmo das batidas do jogo. Juntamente com o pandeiro é ele que acompanha o solo do berimbau.

 

 


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O caxixi é instrumento idiofone do tipo chocalho, de origem africana. É um pequeno cesto de palha  trançada, em forma de campânula, pode ter vários tamanhos e ser simples, duplo ou triplo; a abertura é fechada por uma rodela de cabaça. Tem uma alça no vértice. Possui sementes de Janaina (Olho de pombo), secas no interior para fazê-lo soar. É usado principalmente como complemento do berimbau. A mão que segura a vareta entre o polegar e o indicador, segura também o Caxixi, com o médio e o anular, Desta maneira, cada pancada da vareta sobre o aço é acompanhada pelo som seco e vegetal do Caxixi.

 

 

 

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Agogô

Instrumento musical formado por dois cones metálicos unidos por um arco também de metal, ou madeira com dois coco de castanha do Para. O agogô  é outro instrumento muito presente na cultura afro-brasileira. Sua entrada no Brasil aconteceu com a chegada dos negros africanos. Inclusive o vocábulo agogô é de origem nagô e significa sino. Assim como no caso do reco-reco, sua aparição inicial nas baterias de capoeira ocorreu, possivelmente, através dos mestres Pastinha e Canjiquinha.

Presente em diversas danças e ritmos da cultura popular, sua maior participação é muito comum no samba e nos terreiros, nas cerimônias religiosas afro-brasileiras.

 

 

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 Reco-reco

Instrumento comumente feito de um gomo de bambu, ou até mesmo uma cabaça alongada, com sulcos e  tocado com uma vareta. Também aparece em construção de metal contendo molas ao invés de sulcos. Acredita-se na sua origem africana, uma vez que sempre esteve ligado às manifestações afro-brasileiras. Atualmente, se mostra presente principalmente no samba, mas também empresta seu ritmo à outros folguetos como o lundu e até mesmo o reggae. O reco-reco historicamente parece ter sido introduzido na capoeira através do Centro Esportivo de Capoeira Angola de mestre Pastinha.

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Nós da Ginga Brasil entendemos que a parte musical da capoeira é uma das ferramentas pro nosso trabalho, na roda emitimos vibrações de energias através do ritmos dos instrumentos e a melodia dos cânticos. Devemos praticar diariamente os instrumentos para melhorar nosso desempenho e afinidade.

Nas nossas rodas e eventos usamos a bateria da capoeira angola, 3 berimbaus, 1 atabaque, 2 pandeiros, 1 agogô e 1 reco-reco.

 

Também nas rodas e eventos da associação sempre trabalhamos os dois ritmos fundamentais angola e regional, jogando o que o berimbau tocar, costumamos começa a roda nos toques de (angola, são bento pequeno ou são bento grande da angola), na capoeira regional usamos os toques da (banguela, Iúna, amazonas, regional ou são bento grande de bimba). Lembrando que trabalhamos dentro de nossos núcleos, todos os toques existentes na capoeira podendo assim variar de toques quando for necessário em nossas rodas e eventos dentro da associação.